sexta-feira, novembro 5

Sonho sem pé, mas com cabeça

Aconteceu algo de ruim. De muito ruim. Mas eu não lembro o quê. Só sentia a angústia do algo ruim. E sabia que este algo ruim tinha estragado toda a minha vida, nada mais era como antes.

Ao meu lado havia uma cabeça com capacete (???). Meus olhos desviavam daqueles olhos verdes intensos, medo daquela cabeça desprendida de seu corpo. Mas meu desespero foi maior que o medo.

Enchi-me de coragem e peguei a cabeça nas mãos. Chacoalhei-a e fitei seus olhos, ja não mais com tanto medo. Perguntei por que aquilo tinha acontecido. Gritei desesperada por uma solução.

A cabeça lançou-me um olhar sinistro. Tremi por um instante, mas não hesitei em gritar novamente. Eu estava totalmente descontrolada.

A cabeça então, com uma voz calma e ao mesmo tempo assustadora, perguntou-me qual era o número que minha amiga Alê gostava. Respondi 16, com uma certeza que não sei de onde encontrei.

Que dia é hoje? Que dia é hoje? Meus pensamentos se embaralharam com conclusões antecipadas. Já estávamos no dia 17, a coisa ruim tinha acontecido no dia 16. Tarde demais.

Deus tem umas maneiras esquisitas de fazer nós acreditarmos nele, disse a cabeça profeticamente. São os sinais que ignoramos.

[Um sonho a la David Lynch]

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